Brasília/DF, 15/08/2023 – O cenário nas grandes redes farmacêuticas vem sendo marcado por uma tendência preocupante: a crescente sobrecarga de responsabilidades sobre os ombros dos farmacêuticos. Profissionais altamente treinados e especializados têm sido forçados a acumular funções de balconistas, operadores de caixa, estoquistas e, em alguns casos extremos, até a descarregar mercadorias de caminhões. Esta prática denunciada não apenas subverte a natureza da profissão farmacêutica, mas também desafia os princípios fundamentais do emprego justo.
O acúmulo de funções, quando ocorre um desequilíbrio significativo entre as atribuições originalmente acordadas entre o empregado e o empregador, é uma realidade que tem se disseminado nos estabelecimentos farmacêuticos de maior porte. Os sindicatos de farmacêuticos de todo País têm acompanhado de perto essa tendência preocupante e levantam um alerta sobre os efeitos corrosivos que essa prática pode ter sobre a dignidade e o valor da profissão farmacêutica.
A falta de atendentes suficientes nas lojas resulta em filas crescentes nos balcões de atendimento. Diante desse cenário, os farmacêuticos, cuja principal responsabilidade é garantir a segurança e a eficácia dos medicamentos, estão sendo pressionados a assumir uma gama de tarefas adicionais. Isso não apenas sobrecarrega esses profissionais, mas também mina o papel crucial que desempenham no sistema de saúde.
Visitas a esses estabelecimentos deixam claro que a denúncia não é infundada. Farmacêuticos estão sendo frequentemente chamados para operar caixas, auxiliar clientes no balcão, reorganizar estoques e até mesmo descarregar mercadorias. A prática não só coloca em risco a qualidade do serviço farmacêutico, mas também deprecia a profissão como um todo.
A Federação Interestadual dos Farmacêuticos conclama os farmacêuticos a resistirem a essa pressão indevida. Os profissionais devem reafirmar sua posição na linha de frente do cuidado de saúde e recusar-se a assumir tarefas que não estejam de acordo com a natureza de sua formação e responsabilidades. O enriquecimento dos empregadores à custa da desvalorização dos farmacêuticos é uma tendência que deve ser combatida vigorosamente.
O apelo é para uma reforma nas práticas de emprego nas grandes redes farmacêuticas, a fim de garantir que os farmacêuticos sejam tratados com o respeito e a valorização que merecem. A profissão farmacêutica não deve ser comprometida em prol de ganhos financeiros imediatos. É hora de restaurar o equilíbrio e reconhecer o papel vital que os farmacêuticos desempenham na saúde e bem-estar da população.
Fonte: Feifar.
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