Em 18 de março, devido à pandemia do coronavírus, o DIEESE suspendeu a coleta presencial de preços dos produtos que fazem parte da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos nas 17 capitais onde o levantamento é feito mensalmente (os dados parciais de março foram divulgados no final daquele mês). Ciente da importância da pesquisa, sobretudo em um momento como esse, no qual toda a economia é afetada, e para evitar um apagão de dados sobre os preços dos principais produtos básicos de alimentação, a entidade fez um esforço para repensar a forma de continuar a levantar os valores da cesta a partir de abril.
A solução encontrada foi uma tomada de preços nos estabelecimentos que fazem parte da amostra regular da pesquisa, por telefone, e-mail, consultas na internet e em aplicativos de entrega. Diferente da pesquisa presencial, a entidade encontrou inúmeras dificuldades nessa coleta, entre elas a ausência de dados em sites, aplicativos ou a recusa dos funcionários dos estabelecimentos, atribulados pelo trabalho em tempo de pandemia, em repassar os preços por telefone ou e-mail. Os problemas obrigaram o DIEESE a reduzir e modificar a amostra original.
Apesar da quebra na amostra, os dados apurados revelaram tendências semelhantes de alta ou queda em todas as capitais, coerência que permite a divulgação das informações capturadas. Entretanto, é importante levar em consideração que as variações em relação a abril devem ser relativizadas, uma vez que o preço médio de maio é resultado não só da atual conjuntura, mas do fato de não ter sido possível seguir à risca a metodologia da pesquisa.
Sem a coleta presencial, os preços podem estar subestimados ou superestimados, pois:
1) os dados captados pela internet referem-se mais a grandes redes varejistas, que têm lojas online;
2) nem sempre foi possível captar promoções nos preços dos produtos;
3) no caso de alguns produtos, foi preciso coletar o preço de marcas diferentes das habitualmente pesquisadas.
A pesquisa à distância foi realizada em 16 capitais. Na cidade de São Paulo, o DIEESE manteve a coleta de preços presencial, com número menor de pesquisadores e em horários em que os estabelecimentos estavam mais vazios.
As feiras livres, que também fazem parte da pesquisa regular, foram excluídas da tomada, por razões óbvias.
Fonte: DIEESE- Departo Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.