Farmacêuticos que atuam em drogarias e farmácias enfrentam, diariamente, o risco de assaltos e ações criminosas que colocam em perigo não apenas suas vidas, mas também a segurança de clientes. Casos recentes em diversas cidades brasileiras destacam a vulnerabilidade desses profissionais em um ambiente de trabalho onde as medidas de segurança, muitas vezes, são insuficientes ou negligenciadas pelos empregadores.
Na última semana, o país registrou uma série de assaltos em farmácias. Em Sorocaba (SP), ladrões levaram R$ 140 mil em medicamentos de uma drogaria. Em João Pessoa (PB), criminosos fizeram reféns durante uma tentativa de roubo, enquanto em Criciúma (SC), uma funcionária reagiu a uma tentativa de assalto. Os casos evidenciam a frequente exposição dos trabalhadores a situações de extremo risco, que vão desde o trauma psicológico até ameaças diretas à integridade física.
A Federação Interestadual dos Farmacêuticos (FEIFAR) alerta para a necessidade urgente de discutir essa questão nas negociações coletivas. “A proteção dos farmacêuticos é fundamental e deve ser tratada com seriedade. Além de implementar medidas eficazes de segurança, é essencial incluir na norma coletiva o pagamento de adicional de periculosidade e a garantia de seguro de vida para os profissionais”, destaca Renato Soares Pires Melo, presidente da FEIFAR.
O adicional de periculosidade, já reconhecido em algumas profissões de alto risco, é uma compensação justa para farmacêuticos que enfrentam o perigo de forma constante. A FEIFAR também reforça que a inclusão de um seguro de vida previsto em norma coletiva é uma alternativa viável para minimizar os impactos sobre as famílias em casos de incidentes graves.
NEGLIGÊNCIA QUE EXPÕE VIDAS
A falta de segurança em drogarias não afeta apenas os farmacêuticos, mas também os clientes que frequentam esses estabelecimentos. “Infelizmente, nem todos os empregadores investem em medidas básicas de proteção, como sistemas de vigilância robustos, controle de acesso e treinamento para lidar com situações de risco. Essa negligência não pode ser normalizada”, completa Melo.
A federação propõe que o setor patronal assuma a responsabilidade de proteger seus trabalhadores, implementando estratégias que vão desde a presença de vigilância armada até a instalação de equipamentos avançados de segurança, como câmeras de monitoramento e botões de pânico.
O IMPACTO PARA OS PROFISSIONAIS
Farmacêuticos expostos a situações de assalto frequentemente relatam estresse pós-traumático, ansiedade e dificuldade em retornar ao ambiente de trabalho após o ocorrido. Muitos desses profissionais acabam desistindo de seus postos, o que compromete a continuidade de serviços essenciais à população.
Os recentes casos noticiados ressaltam a urgência de incluir essa pauta em negociações entre sindicatos e empregadores. Garantir a segurança de quem trabalha nas farmácias é não apenas um direito dos profissionais, mas também uma necessidade para a manutenção da saúde pública.
UMA CHAMADA À AÇÃO
A FEIFAR conclama os sindicatos a unirem forças para pressionar as redes de farmácias a priorizarem a segurança dos profissionais e dos clientes. A inclusão de cláusulas que prevejam o adicional de periculosidade e o seguro de vida deve ser prioridade nas convenções coletivas de trabalho.
Enquanto as empresas priorizarem o lucro em detrimento da segurança de seus funcionários, farmacêuticos e clientes continuarão expostos ao risco. A FEIFAR reafirma seu compromisso em lutar por melhores condições de trabalho e pela proteção dos profissionais do segmento farmacêutico.
Fonte: Federação Interestadual dos Farmacêuticos (FEIFAR)