FEIFAR ALERTA: FARMACÊUTICOS DEVEM ATUAR COM CAUTELA NA DISPENSAÇÃO DO MOUNJARO E REJEITAR METAS DE VENDA

A Federação Interestadual dos Farmacêuticos (FEIFAR) orienta aos profissionais farmacêuticos de todo o país que redobrem a atenção quanto à dispensação do medicamento Mounjaro, recém-chegado ao mercado brasileiro e que vem sendo comercializado com forte demanda. Apesar de ter sido aprovado pela Anvisa para o tratamento do diabetes tipo 2, o medicamento ganhou grande repercussão pelo uso “off label” como emagrecedor, o que tem gerado intensa procura nas farmácias e filas de espera em diversas regiões do país.

Segundo relatos apurados pelo Campo Grande News, unidades do Mounjaro chegam a se esgotar no mesmo dia nas redes de farmácias, com preços variando entre R$ 1.400 e R$ 1.800 por caixa. Em algumas farmácias, consumidores têm deixado nomes em listas de espera e tentam adquirir várias unidades de uma só vez, o que eleva a pressão sobre os atendentes e farmacêuticos responsáveis.

A FEIFAR reforça que os farmacêuticos não devem ser submetidos a metas de vendas, especialmente quando se trata da comercialização de medicamentos sujeitos a controle sanitário. A missão do farmacêutico é garantir a dispensação ética e segura dos medicamentos, prestando orientação qualificada ao consumidor e assegurando o cumprimento das exigências legais, como a retenção da receita médica, conforme determinado pela Anvisa. A venda do Mounjaro passa a seguir os mesmos critérios estabelecidos para antibióticos, incluindo a apresentação da prescrição em duas vias e validade de 90 dias.

Para o presidente da FEIFAR, Renato Soares Pires Melo, o momento exige responsabilidade por parte das redes de farmácias e respeito à atuação técnica dos farmacêuticos. “É inaceitável impor metas de venda de medicamentos a profissionais de saúde. A função do farmacêutico não é comercializar medicamentos, mas zelar pela segurança do paciente e pelo uso racional de fármacos. A pressão por metas fere o Código de Ética Profissional e compromete a saúde coletiva”, afirmou.

A Federação reitera ainda que os farmacêuticos que se sentirem pressionados a vender medicamentos fora dos parâmetros legais devem procurar seus sindicatos estaduais ou a própria FEIFAR, a fim de formalizar denúncias. A imposição de metas para a venda de fármacos, especialmente os de uso controlado ou com efeitos colaterais relevantes, representa risco não apenas ao paciente, mas também à integridade profissional do farmacêutico.

A FEIFAR segue atenta às movimentações do mercado e das redes varejistas e continuará promovendo ações de orientação, defesa e valorização dos profissionais farmacêuticos em todo o Brasil.

Fonte: Federação Interestadual dos Farmacêuticos (FEIFAR), com informações do site Campo Grande News.

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