A indústria farmacêutica brasileira tem muito a comemorar, tendo alcançado um faturamento recorde de mais de R$ 200 bilhões nos últimos 12 meses, até agosto de 2023. Segundo dados da Close-Up International, o crescimento foi de 12,49% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As vendas de medicamentos genéricos têm sido um dos principais impulsionadores, registrando um aumento de 15,03% nos últimos 12 meses.
No entanto, em meio a tantos números expressivos, uma questão permanece: por que a remuneração dos farmacêuticos, peças-chave na indústria, ainda permanece tão baixa?
Genéricos em Alta
Um dos aspectos mais notáveis é o aumento das vendas de medicamentos genéricos. Esses produtos, cerca de 35% mais baratos que os medicamentos de referência, não apenas beneficiam o consumidor, mas também o Sistema Único de Saúde (SUS), um dos principais compradores desses remédios. “Isso amplia o acesso à saúde por meio das farmácias e reduz os custos com consultas à rede pública”, destaca Tiago Vicente, presidente da PróGenéricos.
Concentração de Mercado
Ainda que os números sejam otimistas, a concentração de mercado é um fator que chama a atenção. De cerca de 440 laboratórios atuantes no país, somente dez são responsáveis por quase metade do volume de negócios. Grupos como NC e Eurofarma lideram o ranking, tendo registrado um crescimento significativo em seus faturamentos, puxados, em grande parte, pelos genéricos.
Disparidade de Remuneração
Em contraste com o faturamento bilionário, a remuneração média dos farmacêuticos continua aquém do esperado. Mesmo sendo uma peça fundamental na cadeia produtiva, muitos profissionais da área ainda enfrentam salários que não correspondem ao boom econômico do setor. Isso levanta questões sobre como os lucros são distribuídos dentro da indústria e por que os trabalhadores não estão vendo uma parcela justa desse crescimento.
O que precisa mudar?
A disparidade entre o faturamento em ascensão da indústria e a estagnação salarial dos farmacêuticos levanta questões éticas e de justiça social. Seria o momento para reavaliar como a indústria farmacêutica distribui seus lucros, garantindo uma divisão mais igualitária que beneficie não apenas os acionistas, mas também os trabalhadores que são a espinha dorsal desse setor em rápido crescimento?
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Fonte: Federação Interestadual dos Farmacêuticos.